Os dias da Linhaceira: 1 de Novembro de sempre

Desde que nos conhecemos como comunidade que o dia 1 de Novembro foi devidamente comemorado como o Dia de Todos os Santos, possivelmente o feriado religioso mais intensamente vivido após o Natal e a Páscoa.
Desde o pedir dos bolinhos pelas crianças ("bolinhos, bolinhos, à porta dos santinhos"), às mesas postas em todas as casas com passas, frutos secos, tremoços, broas e castanhas, até às provas da água-pé, o Dia de Todos os Santos tem um lugar imperdível nas nossas vidas.
Além disso, há a sua importância como dia da memória dos nossos entes queridos. Embora o dia de fiéis defuntos seja o 2 de Novembro, sempre houve um entendimento geral de que, quando falamos de Todos os Santos, não nos referimos apenas àqueles que obtiveram o respectivo decreto canónico do Vaticano, mas a todos os que morreram e que (porque acreditamos que aqueles que nos foram próximos foram sempre bons) têm o direito a ocupar o seu lugar no Céu, se ele existir.
Desde o ano 835 que é considerada festa universal, por decreto do papa Gregório IV e está intrinsecamente ligada à comemoração, que nos chegou nos anos mais recentes por via anglo-saxónica, do Halloween. Basta olhar para a formação da palavra, para a relação de ambas as festas com os mortos e para as semelhanças entre o pedir dos bolinhos e a "doçura ou travessura", para o perceber.
Oficialmente, hoje, dia 1 de Novembro de 2013, a comemoração desta data é apenas mais uma efeméride do passado. Que sejamos capazes, todos juntos, de pôr termo a mais este atentado contra as nossa tradições e convicções mais enraizadas.

Foto: Nuno Garcia Lopes

Comentários

Mensagens populares