História de Asseiceira, 37 - Origens da Linhaceira: Mynhaxeira

O mais antigo documento que conhecemos com referência à Linhaceira é o Numeramento de 1527-1532, de que ontem falámos, embora o topónimo aí apareça escrito Mynhaxeira.


Como veremos na próxima segunda-feira, há um importantíssimo dado novo que vem relançar todo o debate sobre a origem do nome da nossa aldeia.

Mas, para já, vamos fixar-nos nas indicações que nos são dadas sobre estes Casais da Mynhaxeira, que em 1527 teriam 15 vizinhos, o que equivale a cerca de 50 a 60 habitantes. Isto, numa época em que as mudanças eram muito mais vagarosas do que hoje, significa que o lugar já existiria há bastante tempo.
José Rafael Sirgado, no conjunto de textos alusivos aos 500 anos do Foral de D. Manuel, dá a entender que a sua origem teria tido a ver com as sesmarias, promovidas por D. Dinis para que as terras desabitadas fossem ocupadas por agricultores. É sua, aliás, a teoria de que o topónimo possa ter a ver com as geiras ou xeiras, nome dado precisamente às terras entregues para cultivo.
Daqui se pode presumir que essas terras tenham começado a ser entregues aquando da fundação da povoação de Asseiceira, ou pelo menos do seu concelho, o que daria a esses casais (então dispersos e, muito possivelmente, abrangendo espaços que mais tarde seriam ocupados por outras aldeias, como as que actualmente se reúnem nos Pastorinhos) perto de setecentos anos.
No livro "Linhaceira e as suas escolas", Miguel Garcia Lopes e Nuno Garcia Lopes defendem que uma hipótese plausível seria que, questionados onde moravam, os habitantes desses casais respondessem "simplesmente, na minha geira, acabando essa expressão por ser entendida como o nome do lugar", entre outras hipóteses linguisticamente admissíveis:


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