História da Linhaceira, 16 - 1707, os moradores do monte

Os fantásticos anos de 1706 e 1707 (do ponto de vista dos investigadores) permitiram-nos também o acesso a este interessantíssimo documento encontrado por Miguel Garcia Lopes no arquivo paroquial de Asseiceira e por ele parcialmente transcrito: o "Livro de vizitas desta freguesia", que refista diversas cartas referentes a assuntos de ordem religiosa até 1847.
O primeiro destes é datado de 1707, uma coincidência de datas com os primeiros registos paroquiais que chegaram aos nossos dias que não será seguramente um acaso.
Trata-se de uma visita de Fernando de Abreu Faria, representante da hierarquia clerical à "Igª de Nossa Senhora da Purificação da Villa de Ceyceira em prezença do R. Prior Luís Ferreira Branco e parte dos seus freguezes" no dia 26 de Maio de 1707.
Naquilo que à Linhaceira diz respeito, o texto diz o seguinte:
"Sou informado que nesta fregª. custumão os moradores do monte mandar aos domingos e Dias Santos hua pessoa de cada família, ainda que seja grande, e os mais se ficam sem a ouvir o que é grande absurdo além de se privarem das utilid.es que tem ouvindo a Missa Parochial, pelo que mando ao R. Parocho proceda contra elles (...) para que não deixem de ouvir Missa e se houver hua só ficará hua ou duas pessoas em caza pª ocorrer às necessid.des della, e havendo duas Missas podem vir alguns à pª e os mais depois que elles se recolherem, à segunda, pª o que mediará entre hua e outra tempo conviniente."
É um dos documentos mais antigos que faz distinção entre os moradores da vila e os "do monte", que se depreende serem os dos casais dispersos na zona mais interior, apesar de não haver uma mudança de altitude significativa.


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