História de Asseiceira, 62 - A frequência religiosa em 1707

Um interessantíssimo documento inédito encontrado por Miguel Garcia Lopes no arquivo paroquial de Asseiceira e por ele parcialmente transcrito é o "Livro de vizitas desta freguesia", que transcreve diversas cartas referentes a assuntos de ordem religiosa entre os anos de 1707 e de 1847.
O primeiro destes, é datado de 1707 (a coincidência de datas com os primeiros registos paroquiais que chegaram aos nossos dias não será seguramente um acaso).
Trata-se de uma visita de Fernando de Abreu Faria, um representante da hierarquia clerical à "Igª de Nossa Senhora da Purificação da Villa de Ceyceira em prezença do R. Prior Luís Ferreira Branco e parte dos seus freguezes" no dia 26 de Maio de 1707.
Daquilo que escreve, destaca-se a referência a "vejo que está arruinada a capella de S. Sebastião de que hé Padroeira a Câmara desta Villa".
Mas curiosa e sintomática para se perceber a vida de então na freguesia/concelho é a parte seguinte do texto:
"Sou informado que nesta fregª. custumão os moradores do monte mandar aos domingos e Dias Santos hua pessoa de cada família, ainda que seja grande, e os mais se ficam sem a ouvir o que é grande absurdo além de se privarem das utilid.es que tem ouvindo a Missa Parochial, pelo que mando ao R. Parocho proceda contra elles (...) para que não deixem de ouvir Missa e se houver hua só ficará hua ou duas pessoas em caza pª ocorrer às necessid.des della, e havendo duas Missas podem vir alguns à pª e os mais depois que elles se recolherem, à segunda, pª o que mediará entre hua e outra tempo conviniente."
O pároco responde em 14 de Junho dizendo que "não houve pessoa que lhes puzesse dúvida nem embargos".



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